Publicado em: 06/03/2024 15:24:51
Docentes do curso de Licenciatura Intercultural da UNIR iniciaram, no mês de fevereiro, o planejamento das atividades de ensino do Tempo Comunidade que serão desenvolvidas nas aldeias/polo no primeiro semestre de 2024, com início em 10 de março de 2024 e término em 26 de maio de 2024. Essas atividades serão conduzidas pela equipe de docentes em 12 polos/aldeias.
O DEINTER, atualmente com 300 estudantes indígenas ativos, segue um Calendário Acadêmico próprio, aprovado conforme Resolução nº 600/2023/CONSEA. Devido à dinâmica do curso, as comunidades indígenas são divididas em dois espaços: Tempo Comunidade e Tempo Universidade, conforme previsto no PPC do curso (vigente). A carga horária total do Curso corresponde a 4.200 horas em cinco anos.
Para o semestre de 2024.1, os polos/aldeias foram organizados da seguinte forma: Seringueiras; GM – Guaporé; GM – Nova Mamoré/terrestre; GM – Sotério; GM - Pacaas; GM- Rio Negro Ocaia; Porto Velho; Rondolândia-JP; Espigão; Alta Floresta - Rio Branco; Cacoal; Comodoro – Vilhena. Atendendo aos diferentes povos, como Purubora, Migueleno, Makurap, Kujubim, Karitiana, Kaxarari, Gavião/IKOLEN, Arara, Amondawa, Uru eu wau wau, Zoró, Surui, Cinta Larga, Kwaza, Mamaindê, Sabane, Aikanã, Oro Nao, Oor win, Oro waram Xijein, Oro At, Oro Eo, Aruá, Jabuti, Macurapi, Tupari, entre outros.
O apoio financeiro para o deslocamento, logística, bem como a alimentação da equipe de docentes e dos estudantes indígenas, é financiado pelo PROLIND - . Vale ressaltar que o Tempo Comunidade refere-se à etapa presencial de formação por meio do trabalho didático realizado nas aldeias e escolas de origem dos estudantes indígenas matriculados no curso. Constitui-se como um importante recurso de materialização das atividades pedagógicas etnoterritorializadas da Educação Escolar Indígena em nível superior, com carga horária média de 1.200 horas distribuídas ao longo do curso.
O Tempo Comunidade assume relevância pedagógica ao articular os objetivos da formação docente indígena aos projetos societários dos Povos Originários em seus próprios contextos territoriais. Estabelece-se também como um espaço significativo de aproximação e conhecimento entre indígenas e Universidade, um lócus formativo que efetiva a relação de territorialidade e educação escolar, concepção importante para a discussão sobre a continuidade dos povos e suas perspectivas de bem-viver.
Para assegurar os estudos entre os diferentes saberes em tempo e espaço diferenciado, levando em conta as especificidades, necessidades e perspectivas das sociedades indígenas na implementação e execução das ações educacionais, o Tempo Comunidade previsto no Projeto Pedagógico de Curso de Licenciatura Intercultural será viabilizado por meio da organização de 8 (oito) polos já organizados anteriormente para atender à dinâmica do curso, definidos a partir de três aspectos: línguas, culturas e proximidade geográfica. A organização dos polos visa contemplar todos os polos ao final do curso, realizando as atividades em sistema de rodízio.
Fonte: Deinter